Passagem Secreta visita a GoGame Brasil em BH
Do dia 01/10 até 06/11 desse ano, acontece em Belo Horizonte a GoGame Brasil, uma feira interativa que conta a história do videogame no Brasil e reúne uma série de 15 jogos diferentes. Produzido pela Woodoo Oficina Web, na pessoa de seu diretor, Tiago Faccio, tem o objetivo de demonstrar a marca da cultura gamer no Brasil e como ela evoluiu, num formato bem diferenciado. Para isso, segundo os orientadores, Tiago teria usado os videogames de sua própria coleção pessoal, o que é de se admirar.
Não é uma feira de lançamentos, com produtoras, lançamentos de jogos e cosplays. O objetivo aqui é a interação. O Passagem Secreta esteve lá, na pessoa deste que vos fala, para ver de perto como foi. E posso adiantar, vale a visita com certeza! Mesmo com site do evento explicando mastigado como a coisa funciona, só mesmo conferindo pra ver.
Já que eu não fazia idéia de como seria a experiência, resolvi chamar dois amigos, o Elder Rios, colaborador ocasional na arte de alguns de nossos posts, e o Barício Barela, meu parceiro de coleção de videogames, que acabaram sendo “pilotos de teste” em algumas experiências. Embora num ambiente pequeno, a feira é muito bem organizada. Mesmo o ambiente sendo montado no estacionamento coberto de um shopping, não há ruídos que prejudiquem a acústica. A feira é dividida em 5 ambientes e vamos falar de cada um deles.
- Onde tudo começou
É o ambiente retrogamer da feira. Logo que você entra, dá de cara com ele, e lá você vai encontrar alguns velhos amigos: Mega Drive, Super Nes, Master System, Nes, Atari e o item mais raro, um Pong II. Você pode jogar qualquer um deles (infelizmente não dá pra ficar trocando de jogo, mas a seleção de títulos foi bem feita) e é aí que a experiência interativa começa.
Reparando nas outras pessoas que chegavam com filhos pequenos, os adultos até brilhavam os olhos ao ver um Atari novinho e funcionando, o que também foi a minha reação. É como aquela sensação de se sentir sentado no chão da sala outra vez, com os amigos esperando a vez de jogar, se desviando de fantasmas enquanto limpa o labirinto, um sentimento nostálgico muito bom. É claro, para as crianças bastava uma olhada de 2 segundos para voltarem a atenção para outra coisa, o que é perfeitamente normal já que nem tiveram contato com esses videogames. Neste ambiente, a preferência deles era para o SNes (Super Mario World), o MD (Sonic) e, acreditem, o Master (Alex Kidd).
Eu tenho que falar do Pong II! Tive um “Telejogo”, um clone do Pong I, e o comando era feito através de um potenciômetro que você girava para a direita ou para a esquerda, movimentando seu “jogador” para cima ou para baixo. Já sabia da existência do Pong II, mas nunca imaginei como seria possível acrescentar qualquer novidade no esquema de jogo que não fosse uma mudança de background. A maneira como eles fizeram isso foi acrescentando um manche no comando ao invés de um potenciômetro, o que passou a permitir que você jogasse com um “goleiro” e um “atacante”. Era o joystick dos primórdios e achei sensacional a idéia.
Nesse ambiente ainda tem o painel Linha do Tempo, que conta resumidamente a história dos videogames no Brasil e no mundo.
- Warzone
O mundo retrô fica pra trás de vez a partir daqui. Nesta área, são 4 Xbox 360 em rede com o jogo Halo 3.
Mesmo FPS não sendo muito minha praia, penso que é uma experiência interessante para quem geralmente só joga coisas assim numa lan house, pois há algumas vantagens em se jogar no console (pelo menos no meu ponto de vista leigo), como a facilidade de comandos através do controle ao invés de teclado/mouse. E, convenhamos, os gráficos e a jogabilidade de Halo 3 são mesmo de respeito.
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Soccer City
Os fãs de PES/Winning Eleven vão ficar felizes. O sistemaaqui é similar ao da Warzone, mas são dois consoles em rede, podendo jogar até 4 jogadores simultâneos. Infelizmente não tinha nenhum bom de bola no nosso grupo, por isso resolvemos transformar a partida num campeonato de várzea pra ver quem conseguia ter mais jogadores EXPULSOS, huhahuahuahuahuahua!
- Experience
Achei o nome extremamente adequado, já que aqui a experiência virtual é levada ao máximo com o Kinetic. Se você já tem o aparelho deve estar rindo da minha cara, mas para alguém como eu que nunca tinha tido chance de testá-lo, foi sensacional! Tínhamos dois consoles, um deles com Michael Jackson – The Experience, o outro com Wii, digo, Kinetic Sports. Creio eu que não podiam ter escolhas melhores para demonstrar a interatividade bacana que o Kinetic oferece.
No game do Michael você escolhe as músicas e de repente vê a sua imagem na tela dançando no palco com os outros coreógrafos do cantor. Claro, os movimentos são simplificados para permitir que qualquer gordo como eu pessoa consiga executá-los mesmo sem ser o às da dança. Só passei a achar menos graça daquela Pérola Videoclíptica do Piores Clipes do Mundo (na época em que o Mion fazia um programa decente de humor) com o clipe “Beat It”, que zoa um sujeito que erra a coreografia toda hora, pois não chego nem aos pés do infeliz. No final, o sistema ainda mostra as fotos da sua performance pra que você tenha noção do mico que pagou. Nem preciso dizer que o game é divertidíssimo, tanto pra quem joga quanto pra quem assiste, que se borra de rir do aspirante a Michael Jackson. Confiram meu micaço aí:
Já o Kinetic Sports, jogo desenvolvido pela Rare (a mesma de Killer Instinct e da série Donkey Kong Country) é de uma interação muito mais inteligente que o Wii Sports, game similar tanto na proposta quanto na interação. Enquanto o jogo da Nintendo tem uma jogabilidade com certas manhas e pequenas tretas, o Kinectic Sports simula com uma fidelidade muito maior os movimentos e sensações. Os movimentos do jogador precisam seguir um padrão mais real, como se faria no esporte de fato. Parece chato? Mas não é. O que o sistema pede não é exatamente precisão, mas uma simulação mais realista, o que não atrapalha de forma alguma o fator diversão da coisa, nem torna o jogo impraticável, muito pelo contrário.
Enquanto filmávamos, dava para notar feixes luminosos volta e meia emitidos pelo Kinetic (reparem no vídeo, quando mostra o aparelho), embora isso não possa ser visto a olho nu. O sistema, pelo visto, escaneia o ambiente o tempo todo. Como funciona? Sei lá! Mas o bichinho é muito bacana e pelo preço que hoje sai o conjunto Xbox/Kinetic, agora que ele é fabricado no Brasil, posso dizer que Xbox sem Kinetic é só meio videogame.
- Rockstar
E não é da produtora do GTA que estou falando.
Antes que alguém pergunte “cadê o prêisteitcho nessa bagaça?”, saiba que essa é a seção só dele, onde é possível mostrar o músico que existe em você (ah, tá…) jogando Rock Band. E daí? Afinal, dá pra jogar esse tipo de game até no celular, certo? Mas nem em todo lugar dá pra você ter os instrumentos da banda completa, e é isso que tinha nesse ambiente: guitarra/baixo (tinha umas 3 lá), bateria e MICROFONE! Como meu inglês e o dos outros dois amigos é pífio para conversação, catamos um voluntário entre os monitores da feira pra ser o vocal e a nossa banda tava pronta.
Esse é um game que é muito mais divertido se você tiver os instrumentos e uma galera pra jogar. Tá na cara que quem montou esse ambiente sabe muito bem disso. A lista de músicas que liberaram é extensa e com certeza agrada gregos e troianos, digo, desde que esses gregos e troianos não sejam brasileiros músico-nacionalistas, pois não tem nada nacional, e nem fez falta.
Depois que você pega o jeito, fica bem legal mesmo pra um descoordenado feito eu, mas isso também tem solução, já que o game permite que cada músico/jogador escolha seu nível de dificuldade. Só foi meio sacanagem do Elder, que após algumas músicas, pediu Chop Suey!, do System Of A Down, para terror do pobre cantor de alcova da nossa banda. Se você não entendeu é porque não conhece a música, então saca só e tente cantar junto com o vocalista (se não curte esse tipo de música, pode ir direto aos 0:42):
- Avaliando
Enfim, como disse no início, a GoGame Brasil vale o ingresso com toda certeza. O conceito de feira interativa para esse nicho de videogames é muito bem-vindo, pois permite que todas as gerações de gamers possam ter agradáveis reencontros e novas experiências. É notável como as pessoas curtem e amam esses sistemas de entretenimento e pela quantidade de marmanjos presentes, diria que até desmistifica aquele velho papo babaca de “videogame é brinquedo, coisa de criança”.
É claro que a feira não é perfeita, pois faltaram alguns “homenageados” (PSX, Nintendo 64, Neo Geo, Wii, Dreamcast, 3DO, os portáteis) e outros itens que estavam na primeira edição do evento, como uma máquina de Pinball. Também senti falta de um área tipo “Arena”, onde rolassem os jogos de luta (com tantos Xbox merecia um Mortal Kombat). Mas a iniciativa sim, é perfeita, e julgo eu que é importante que os gamers em geral marquem presença e valorizem. Um país do tamanho do Brasil, com a quantidade de jogadores, retrogamers, colecionadores e gamers casuais que aqui existem, precisa de mais eventos como esse. Tomara que este seja apenas o início. Parabéns aos idealizadores e aguardamos o próximo.
A GoGame Brasil acontece de 01/10/11 a 06/11/11, no BH Shopping, estacionamento OP, das 10h00m às 21h00m. Maiores informações: http://www.gogamebrasil.com.br
Uma basílica dos games clássicos! Amén!
Sim, e para jogar de joelhos!
Tinha visto isso no jornal mas tava pensando se valia a pena. Se eu arruma pelo menos mais uma pessoa comigo acho que dá pra divertir!
Cara, Rock Band é legal e tal, mas ainda consigo ser campeão entre meus amigos de Guitar Hero (o primeiro).
E po, post sensacional!
Para quem gosta de Pong/Telejogo a próxima enquete do Passagem pirata vai ter uma surpresa legal.
Olá.
Agradecemos a visita à feira e o post.
Coisa de quem entende mesmo do assunto.
Ficamos felizes que vocês tenham gostado.
Voltem sempre!
Obrigado.
Olha só a resposta oficial da organização do BH Shopping, só pra ficar registrado.
Caramba, apesar de a princípio parecer algo mais despretencioso, é com certeza sensacional como ponto de encontro para os entusiastas por games. Principalmente para conferir outros tipos de jogos que normalmente a gente não tem acesso. E o ambiente parece ser menos turbulento, comparando com, por exemplo, a Brasil Game Show, o que é ótimo.
Espero que o empreendimento tenha dado certo e que impulsione à organização de outros, inclusive algo do tipo aqui no Barra Shopping, do Rio!
@Eduardo Casola Filho
Exatamente. Para jogar de joelhos.
@Rafael Fernandes
Pelo que li da Brasil Game Show, é um evento diferente, mais voltado para a interação mesmo. Até o tamanho do local onde foi realizado é ínfimo se comparado à BGS. Mas é um evento bem organizado sim.
Cara, sou louco para conferir uma feira dessas, aqui na minha cidade nem rola umas coisas assim mas em breve vou arrumar um carro, ai a historia muda! hahahaha!
Excelente post 😀
Foi bacana demais ser "piloto de teste" para este post. Valeu Flávio Master!
A feira é realmente bacana e vale conferir de perto, de preferência leve uns malucos pra diversão ficar mesmo garantida. rsrs
Pra vcs que conferiram o nosso Michael Jeca aqui, vejam que bizarro isso: http://youtu.be/qKRRUcxMZcE
Pombas! De onde os caras da Sony tiraram a idéia de que seria legal dançar Michael Jackson segurando um microfene do Gugu??? O.o
O PS3 realmente perdeu o bonde no universo dos consoles… ainda mais levando em conta o absurdo sucesso do PS2…
Parabéns pelo post! Excelente!
O controle interativo do PS3 é essa lanterna escrota? É, cada dia fica mais fácil entender porque o Xbox tem ganhado de lavada.
Falando do Kinetic, é claro que esse tipo de periférico não se aplica a qualquer jogo. Afinal, chega uma hora que você cansa de jogar em pé e ficar se mexendo o tempo todo. No meu entendimento, esse tipo de periférico é para os games casuais ou para algumas partes do jogo, assim como rola em No More Heroes, game do Wii que reúne bem as melhores características de controle x ação.