Página Inicial > especiais, Maratona Game Movies > Maratona Passagem Secreta Game Movies – House of The Dead (2003)

Maratona Passagem Secreta Game Movies – House of The Dead (2003)

A grande saga do Passagem Secreta continua, dessa vez passando por um momento complicadaço! Chegamos finalmente ao mais baixo nível que poderíamos, pois é a vez de House of the Dead,  um filme com o selo de qualidade Uwe Boll!


Este é mais um filme de games de zumbi. Se, assim como eu, você não gostou do filme anterior da maratona, prepare-se, pois você vai sentir muita saudade dele…

Um jogaço

Agente G e Rogan no filme (mal aparecem por 2 minutos): O jogo era bom, merecia uma adaptação melhor.

Conheci House of the Dead no arcade. É um game de tiro de 1998, lançado certamente no embalo dos jogos de zumbi e de “survival horror” para consoles, porém com outra abordagem e usando as boas e velhas “light gun”. Deve ser o arcade de tiro que eu mais joguei, pelo simples motivo que eu tinha um parceiro e éramos uma dupla fodástica! Uma ficha para cada era garantia de, no mínimo, último chefe e 30 minutos de diversão em alto nível, com direito a torcida e tudo mais (um grande abraço pro Aender Borba, esteja onde estiver).

E além de ser um ótimo game, HoTD tinha até um história bem legal, que lembrava bem o argumento do primeiro Resident Evil. Os agentes Thomas Rogan e Codinome G recebem um telefonema desesperado de Sophie, também agente federal e noiva de Rogan, dizendo que um incidente terrível aconteceu na mansão Curien, residência do Dr. Roy Curien, renomado bioquímico e geneticista. O incidente revela um laboratório onde estão sendo realizadas experiências com seres humanos vivos e mortos, transformando os mortos em zumbis que seguem as ordens de Curien e os vivos em cobaias. Rogan e G chegam ao local e se deparam com uma horda de zumbis, que ataca os cientistas ainda vivos. Eles partem para o interior da casa a fim de salvar Sophie e deter a loucura do Dr. Curien.

Dá-lhe merchan! E nem é disfarçado.

Como é de praxe, a trama original poderia até dar um Game Movie interessante. Já que o foco aqui é a ação, aquele filme que fizeram de Resident Evil teria muito mais a ver com HoTD e, quem sabe, poderia até dar em algo melhor nas mãos de um diretor pelo menos mais razoável como Paul Anderson. Só que a responsa foi cair na mão do incrível, fenomenal e imprevisível (NOT!) diretor, produtor e roteirista alemão Uwe Boll! Sim, ele começou sua série de cagadas produções de filmes de games justamente com esse. E já começou mostrando como NÃO deve ser feito um game movie. Aliás, como NÃO deve ser feito um filme!

 

Um filmeco

 

A historinha já começa com um dos protagonistas contando que todo mundo morreu e só sobrou ele. Isso mesmo, você já não precisa mais daquele idiota que começa a ver o filme com você, já viu e te conta o final, pois o próprio filme já assume o papel do idiota que faz isso. Aliás, casa, mansão ou laboratório? O catso! A trama acontece numa ilha, onde está acontecendo uma improvável festa rave, que junta um monte de marmanjos fazendo papel de adolescentes enquanto um grupinho de atrasados aluga um barco para chegar até a ilha. E não demora muito para os toscumbis (os piores zumbis de filme que já vi na vida) começarem a fazer vítimas, inclusive zumbis que NADAM estilo peito. Os inúmeros clichês lembram demais filmes como Sexta-Feira 13, com máximas do tipo “mina que paga peitinho morre”, “os mais safados morrem”, “o preto negro afrodescendente morre”, “o latino morre”, “o oriental morre”, “sobra só casal certinho”, entre outras bobagens óbvias que nem dão aquele sustinho ou fazem surpresa. Por que é, em nome do bom senso, que em todo filme de terror de quinta categoria a garota cabeça oca vê uma casa/celeiro/casebre sinistro e ENTRA chamando pelo namoradinho igualmente cabeça oca, que vai estar lá morto de alguma maneira violenta e vai fazê-la gritar “Oh, my God!” pra ser morta logo em seguida? Se bem que, como você já sabe que todo mundo vai se ferrar mesmo, você nem sente pena, simpatia ou compaixão por ninguém. Nem do nome dos azarados você lembra.

Os diálogos, então, são uma pérola atrás da outra. É muita vergonha alheia junta, veja aí algumas:

Da esquerda pra direita: A afrodescendente, a loira safada, o boa pinta idiota e a mocinha boazuda. Adivinha quem morre?

 

Capitão do barco – “Meu nome é Kirk”

 

Idiota que você sabe que vai morrer – “Capitão Kirk? E ele é quem, o Spock?”

 

Cabeça oca n.º 1 – “Vocês vem ou vou ter que entrar sozinha?”

Cabeça oca n.º 2 – “Nunca assistiu Scooby Doo?”

 

 

 

Nerd cabeça oca – “São cadáveres reanimados saídos de um filme do Romero”

Burra da vez – “Quem?”

Nerd cabeça oca – “De um filme de George Romero, da trilogia da Noite dos Mortos-Vivos”

Burra da vez – “Deve ser uma pegadinha”.

 

Depois do “bullet time”, agora é a vez do “sword time”

 

 

 

Mocinho anta enciumado – “E seu amigo ali, com sorriso de Tom Cruise e cérebro de Rain Man?”

Mocinha igualmente anta – “Acontece que ele é o maior modelo de cuecas da América, se quer saber”

 

Policial fodona – “Vou tentar pedir ajuda. MacGyvers, responda”

 

 

 

Metido a inteligente – “Devem ter sofrido alguma mutação”

Mula assumida – “De que? Do buraco da camada de ozônio e ficaram assim por não usar filtro solar?”

 

Descobrimos o segredo! É a ilha Rá-Tim-Bum após uma visita da Umbrella.

Mas existem muitos outros momentos vergonhosos e toscos, como quando um imbecil sai de um banheiro químico cheio de b*sta pela roupa e rosto, ou quando começa a tocar um funk americano para a pior cena de ação que já assisti, enquanto o bando de moleques assustados que até então só consegue correr e gritar se transforma do nada em fodões exterminadores de zumbis, com direito a infinitas câmeras lentas e muito, muito bullet time. E a tal “Casa dos Mortos”? É uma casa no meio do mato onde os zumbis… moram! A coisa é tão distante do game que alguém teve a idéia de inserir flashes do jogo na edição. Então, vez por outra, no meio de uma cena qualquer, aparece um zumbi do game tomando tiro, entregando (como se fosse preciso) o quanto a produção é de baixo orçamento (e auto-estima).

Zumbizada capenga

Enfim, após quase todo mundo se danar, sobram o casal certinho e o “final boss” se revela. Ele é uma versão “big evil” do Nefasto da Ilha Rá-Tim-Bum, um padre espanhol maldito (?!?) que descobriu uma maneira de reviver corpos mortos e se manter vivo para sempre. O problema é que ele vai apodrecendo, por isso precisa ficar trocando sua pele e carne para continuar, e nada como uma festa rave pra atrair carne burra nova no pedaço. A luta final é travada, onde sobra apenas o idiota que nos contou o final lá no começo. Mas parece que alguém refletiu e pensou “cara, o que mais que a gente faz, vai ficar uma merda!” e decidiu tentar acrescentar um momento de impacto no final, com algo que vagamente lembra o game (faz mais sentido se você vir nos créditos alguns nomes de personagens que não foram nem apresentados) e que alivia um pouco, mas não conserta a desgraça que esse filme foi.

O filme começa mal e termina pisando no tomate (tu-dum-tss!)

Tá certo que a culpa maior é do diretor, que fez seu trabalho da maneira mais porca possível, mas o roteiro é péssimo, mal-explicado, cheio de buracos e deixa um bilhão de pontas soltas. Boll só não é de todo culpado dessa vez porque não entrou como roteirista, posto de Mark Altman e Dan Bates, que conseguiram engendrar uma trama que não tem ABSOLUTAMENTE NADA a ver com o game. Se eu disse que RE era um game movie que trazia muitas referências sem pegar nada da história, HoTD traz uma história sem pé nem cabeça e uma breve menção do game, através do patrocinador, que era a própria SEGA e fez questão de mostrar sua marca sempre que pôde, e pelos malditos e ridículos flashes de game durante as cenas de ação.

E nem o elenco ajuda. A tropa de desconhecidos só está lá pra virar rango de zumbi mesmo. A atriz um pouquinho mais conhecida (ainda assim, VIRIA a ser mais conhecida) é Érica Parker. Nunca ouviu falar, certo? Mas deve ser porque hoje a moça atende por Erica Durance e ficou conhecida como Lois Lane na série Smalville, onde apareceu no ano seguinte. Também teve um papel mais extenso em Efeito Borboleta II, como a principal coadjuvante, Julie Miller. No filme, embora apareça pouco, ela não está nada comportada como de costume e é a primeira “safadenha” que é comida (literalmente) pelos zumbis.

Erica Durance, antes da fama e no seu momento mais “censura livre” no filme

Embora o filme seja uma bosta, massacrado pela crítica especializada, público, blogs, Orkut, críticos de fundo de quintal e agora aqui também (é o número 49 da lista dos 100 Piores Filmes Já feitos, do IMDB), HoTD é uma façanha do Uwe Boll, pois foi o único filme dele até hoje que não deu prejuízo! Considerando o orçamento pífio do filme (míseros US$ 7.000,00), o rendimento de mais de 10 milhões de doletas nas bilheterias (fora as vendas do DVD) foi pra lá de suficiente pra bancar a produção e encher o bolso e a moral do Sr. Boll, que passou a acreditar que realmente era um cineasta! Bom pra ele, muito mal para nós, que seremos obrigados a ver mais filmes desse nível em nossa maratona. Estamos mesmo é fudid…

——————————————————————–

Na próxima etapa da maratona, retornaremos a Tomb Raider, com o segundo filme, A Origem da Vida. Aguardem as impressões de Rafael 00Agent sobre Angelina Jolie e seu “boobs” em 3D nessa nova etapa. See Ya!


Flavio Master

Retrogamer assumido, técnico em eletrônica, leitor de livros e quadrinhos, empreendedor individual, eventual colecionador de videogames e amante da cultura gamer em geral. Mas apanho um monte pra usar um tablet…

Twitter 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Gostou do post? Então compartilhe!
  1. 26, julho, 2011 em 18:40 | #1

    Como vocês escolhem quem vai receber a penitencia de ver o filme? Ou vocês se oferecem para o castigo?

  2. 26, julho, 2011 em 19:49 | #2

    @Ighor H.

    Não sei qual é a resposta pra tal pergunta, mas que tiveram coragem (e provaram mais uma vez amar o contexto gamer desse mundo), com certeza tiveram aos pesos e merecem parabéns.

    Só queria mesmo que a loira safada sobrevivesse no final da história (eh…agente sabe que não) pra história ficar menos desinteressante.

    Aguardando Bobs Raider o/

  3. 26, julho, 2011 em 23:41 | #3

    Taí um arcade que nunca joguei e um filme que não quero ver nem que me dê 1 milhão de reais e os boobs da Angelina. A gente tem que criar um index depois com todos.

  4. Agent13
    27, julho, 2011 em 05:11 | #4

    Só fui saber da existência desse filme anos depois de sua exibição!

  5. Erik Serra
    27, julho, 2011 em 06:38 | #5

    Esse aí eu assisti algum tempo atrás (resolvi baixar todos os filmes sobre games graças aos posts da galera daqui) e realmente, eta filminho ruim, sô! Consegue ser pior q outros filmes B de terror mais antigos q eu assisti…

    A parte q eu mais "ria" (rsrsrsr) era quando aparecia as cenas do 1º jogo, que tentava "emendar" com as cenas do filme, sem sucesso.

    Só baixei (e assisti) pra ver se era ruim mesmo, além de fazer uma "coleção" de filmes de games (ruins ou não). Uwe Boll tem q ir é pro inferno depois de estragar tantos jogos na telonas!

  6. 27, julho, 2011 em 08:21 | #6

    Putz, o próximo sou eu. Mas pelo menos tem a Jolie e seus mamelões! ^^

  7. pedro12
    27, julho, 2011 em 09:53 | #7

    Não sei o que é pior:O orçamento maldito que deram a esse filme,baixo pra car***o,a história bizonha,as cenas que DEVERIAM ser de terror ou os zumbis que parecem estátuas de porcelana rachadas com ketchup derramado neles.Tá difícil.

    Que bom que Tomb Raider é o próximo filme na Maratona!Vai salvar tudo por um motivo:Angelina Jolie e seus boobs!

    @Rafael Fernandes

    Tomb Raider vai te salvar de todas essas tosqueras que você viu ou não?

  8. Starbearer
    27, julho, 2011 em 11:01 | #8

    só um filme dele prestou: Postal Movie.

  9. Felipe henrique
    27, julho, 2011 em 15:57 | #9

    tive a infelicidade de alugar esse filme logo no lançamento! sei da existencia de um tal alone in the dark… do mesmo diretor! nem vou arriscar haahha

  10. Flavio Master
    27, julho, 2011 em 16:06 | #10

    @Ighor H.

    Eu chamaria de "Roleta Russa".

    @Erik Serra

    Ele não tem cenas só do primeiro game não. Na verdade, do meio pra frente são só flashes do HoTD 2. Não que isso importe, né? 😛

    @pedro12

    Será que vai salvar? Sei não, hein, aguarde!

    Imagino que a Jejé Pinheiro deve estar explodindo de rir de mim nesse momento, já que, comparado com esse filme, Resident Evil parece ate "cult"…

  11. 27, julho, 2011 em 17:20 | #11

    Eu me lembro quando esse filme estreou no Telecine.. só acompanhei uns trechos. Ahh, essa referêcia da SEGA eu vi também. Bem escrachado a referência. Mas.. também, é um filme baseado em videogame. Mas, nossa, como esses zumbis são nojentos.

  12. 27, julho, 2011 em 18:01 | #12

    Que espetáculo deprimeinte este filme, e a Sega na sua rota decadente. Aff…

    Só falta este indivíduo resolver adaptar o Night Trap! Aí este vai ganhar como o pior de todos os tempos, fácil, fácil!

  13. 27, julho, 2011 em 21:07 | #13

    @pedro12

    Parece que esse Tomb Raider que vou avaliar é mais tosco que o primeiro… Veremos…

  14. 28, julho, 2011 em 09:34 | #14

    Descoberto porque a Sega faliu: patrocinou esse filme.

    Não assisti nenhum filme do Uwe Bowl. A única coisa foda que ele já fez na vida foi desafia a galerë (vulgos críticos com toda a razão do mundo) pra lutar boxe com ele. E ele ganhou.

    E o mais foda é que Alone in The Dark teve conitnuação.

    Mas isso aqui parece foda, hein? http://en.wikipedia.org/wiki/Blubberella

  15. 28, julho, 2011 em 21:55 | #15

    @Rafael Fernandes

    Pensa na Jolie =p

  16. 29, julho, 2011 em 17:39 | #16

    É uma pena ñ ter esse filme na locadora (eu pego só por curiosidade). Um dia eu peguei o Alone in The Dark 2: O retorno do mal para ver (dã) e no dia seguinte eu fui ver e o meu pai viu e devolveu pra locadora (FUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU).

  17. 29, julho, 2011 em 19:35 | #17

    Imagino que o @Flavio Master deve ter vomitado após ver esses filmes, idem ao @Rafael Fernandes e ao Marcos.

  18. 31, julho, 2011 em 07:08 | #18

    Que medo desse House of The Dead. Eu gosto muito da série de jogos, me divirto muito jogando nos Arcades. Um dia ainda vou conseguir colocar o Uwe Boll na fogueira… u.u

  19. Flavio Master
    1, agosto, 2011 em 04:47 | #19

    Olha ela aí. Deve estar de alma lavada depois dessa, certo, Jejé? 😛 😀

  20. Pedro flag
    1, agosto, 2011 em 16:39 | #20

    Cara esse filme é terrimelmente lámentavel, eu como bom fã do estilo nos game e gostar muito do HOTD assisti o filme e quase contrai um tumor cerebral!

    Mais ai, para mim o P.I.O.R filmes baseado em game é o The king of fighter… esse eu quero ver detonado no blog rsrsrs

    eu vi… e sobrevivi !

  21. 10, agosto, 2011 em 11:38 | #21

    Eu sou um fã incondicional de tHotD não tive "colhões" suficientes para assistir esse filme… Nem esse nem doom… Mas poxa, o House of the Dead Overkill do wii daria um filmaço de comédia… sério mesmo! muito engraçado aquele jogo!

    • Flavio Master
      17, agosto, 2011 em 08:54 | #22

      Sabe que você tem razão? Se fosse uma comédia assumida talvez nem daria pra considerar o resultado tão ruim. Mas como o filme tenta se apresentar sério e grave, com um monte de alívios cômicos completamente deslocados, vira só mais um trash sem graça.

  1. 31, outubro, 2020 em 14:23 | #1
  2. 31, outubro, 2020 em 14:23 | #2