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Passagem Secreta para um Universo Alternativo: E se… a Nintendo tivesse se unido à Sony?

Você já leu Dias de um Futuro Esquecido?

Ou alguma história Else World?

Já assistiu Além da Imaginação?

Pois chegou a hora de você entrar num nexo temporal para uma realidade alternativa! Bem vindos ao futuro distópico gamer, esta é uma nova seção do nosso blog, Passagem Secreta para um Universo Alternativo, onde vamos dar uma viajada imaginar… o que aconteceria se a história dos videogames fosse diferente???

E pra começar, vamos um dos maiores dilemas dos gamers egressos da era 16 bits: E se… a Nintendo tivesse se unido à Sony para lançar o drive CD-Rom para o Snes? Acompanhe nossa viagem análise a respeito dessa possibilidade.

Como foi

A era dos videogames 16 bits, onde a disputa de atenção dos gamers era principalmente entre Nintendo e Sega e seus respectivos consoles, Super Nes e Mega Drive, marcou uma disputa meio desbalanceada, devido a uma jogada de mestre da Nintendo: o famoso contrato de exclusividade feito com Capcom, Konami e outras produtoras para várias franquias de jogos, entre elas Street Fighter, os beat n’ up da Capcom, Castlevania, Contra e mais um monte de outras. Se por um lado isso foi péssimo para a Sega, ao mesmo tempo acabou nos permitindo presenciar o jogo de cintura que a empresa demonstrou, se virando com jogos próprios , com adaptações de games menos alardeados e, vez por outra, com algum recurso de hardware que prometia bombar os jogos.

Mega CD, a tentativa da Sega de desestabilizar a disputa com a Nintendo

Desses, um dos mais famosos foi o Mega CD, transformado depois em Sega CD. Se o periférico era bom ou só “uma cilada, Bino”, não vem ao caso nesse momento. O fato é que o lançamento sacudiu a disputa, com games que prometiam jogos com “gráfico de filme” e jogabilidade até então nunca vista. Alguns títulos de entrada eram bem interessantes e bons realmente, mesmo sendo adaptações de games que já existiam, como Sonic CD e Spider Man vs Kingpin. Isso sem falar que o tal contrato de exclusividade tinha prazo de término, de maneira que pouco depois já sairia a versão de Final Fight, da Capcom, para o Sega CD.

A vantagem da Nintendo estava sob séria ameaça, de maneira que a casa do Mario optou em buscar uma parceria para fazer frente à concorrente.  E queria dar o troco na mesma moeda: iria lançar um drive CD-Rom para o Super Nes, em parceria com nada menos que a Sony, empresa japonesa de vanguarda em eletroeletrônicos, que lançou aparelhos que ditaram tendências do seu nicho de mercado nas década de 80 e 90.

“Isso tem que servir pra alguma coisa…”

O projeto e algo mais recente, mas a parceria, ao contrário do que podemos pensar, é mais antiga do que parece: remonta a 1986! Tanto que desde seu lançamento o SNes já prometia algo, pois aquela droga de saída EXT tinha que servir pra alguma coisa. Sob responsabilidade do executivo da Sony, Ken Kutaragi, o projeto Play Station (nome separado, assim mesmo) seguiu de vento em popa e tudo indicava que logo logo os nintendistas se livrariam dos seguistas chatos com seu próprio videogame com CD. O produto deu finalmente as caras em junho de 1991, na feira Consumer Electronics Show, em Chicago, EUA, apresentado como um bult-in do SNes, tal qual o Sega CD era para o Mega Drive. Tudo indicava que o lançamento seria em breve, mas…

No dia seguinte à apresentação (putz!) a Nintendo cagou no pau deu pra trás cancelou a parceria. Motivo: $$$! Sim, a Big N achou que a parceira queria uma fatia grande demais de seu nicho de videogames, pois ela teria participação nos lucros de jogos e não só do aparelho,  e deixou a Sony, que se empenhou anos a fio no projeto, chupando dedo total, enquanto partiu para uma parceria similar e bem menos dispendiosa com a Phillips usando a mesma tecnologia.

Já viu um japoronga injuriado e MUITO puto da vida?

Pois é num estado de espírito daí pra baixo em que Ken Kutaragi e o presidente da Sony, Norio Ohga, ficaram. Ohga ficou tão revoltado que queria nem lembrar que dedicaram tanto tempo e dinheiro a algo que deu em absoutamente nada, de forma que o projeto perigava ser engavetado para sempre, mas Kutaragi, que não só era o pai da criança como viu na resposta de mercado desse nicho que o aparelho tinha potencial, apelou para os brios de Ohga ao se referir à humilhação a ele infligida. E nada melhor que um japonês puto e cheio da grana pra assinar qualquer coisa que “lavasse sua honra” naquele momento.

Mas… e se…

E se tivesse dado certo?

Tomando como base o que temos para os consoles da Sony e da Nintendo atualmente, imagine o que teríamos se a Nintendo não tivesse tido um olho tão gordo lá em 1991…

O provável controle

Ainda que a Nintendo estivesse com alguns Contratos de Exclusividade terminando, poderia haver uma renovação com a Sony por ser outra empresa, de maneira que as empresas ainda deteriam as melhores franquias e jogos dos 16 (e logo 32) bits para seu videogame, o que seria um verdadeiro massacre para a concorrência. Konami e Capcom estariam nessa lista com certeza, assim como estiveram com a Sony durante a vida do Playstation como console individual.

Isso também traria algumas alterações do mercado de videogames. Como o acessório daria novo fôlego ao SNes, é provável que a era dos videogames 16 bits se estenderia por mais alguns anos, uma vez que ainda seria possível produzir jogos e novidades tanto para o console convencional como para o dispositivo CD. E sendo o Play Station um bult-in, nem todos necessariamente poderiam aderir, dando ainda mais espaço ao sistema de cartuchos.

Outra mudança radical seria que a Sega provavelmente iria jogar a toalha da sua produção de consoles antes por ter que fazer frente uma concorrente de tal impacto e, possivelmente, nem chegasse a lançar o Dreamcast. As demais concorrentes, como a Microsoft, demorariam mais a lançar consoles e precisariam preparar um produto com um diferencial bastante convincente e fazer parcerias similares para impactar o mercado.

E nem é só no mercado de videogames que aconteceriam transformações. Na mesma época, a Sony mantinha uma relação comercial com a Phillips no desenvolvimento do projeto MMCD, que foi a base da criação do sistema DVD. Em outras palavras, considerando as circunstâncias, caso houvesse algum tipo de ruptura da Sony com a Phillips, o desenvolvimento do DVD seria atrasado, de maneira que todo tipo de mídia seria afetada, fazendo com que o sistema de DVD nem viesse a existir, dando espaço para outra mídia, ou no mínimo fosse protelado em anos.

De volta à realidade…

Pois é, no fim, a realidade todo mundo sabe: a Sony deu a volta por cima, seu console foi o primeiro à chegar à marca histórica de 100 milhões de unidades vendidas no mundo inteiro durante a produção do aparelho (marca já batida pelo Playstation 2) e deu início a uma linhagem de consoles, acessórios e jogos que consolidaram de vez a empresa no mercado de videogames.

O SatellaView ainda engana muita gente, que liga a imagem do produto a um drive CD sob o console

A Nintendo, por outro lado, se ferrou em vermelho e branco na sua parceria com a Phillips, que voltou suas atenções para o MMCD, culminando na criação do DVD, mídia que seria adotada por consoles de videogame anos depois. Embora o N64, lançamento da Nintendo após o SNes,  tenha alcançado um certo sucesso, acabou sendo eclipsado por ainda usar cartuchos, o que tornava os jogos mais caros, e pelo êxito monumental do Playstation.

Os proprietários do SNes ficaram só na vontade quanto aos jogos em CD. Os japoneses ainda puderam usar a saída EXT do SNes para o SatellaView, uma espécie de modem via satélite para download de jogos e partidas on-line, que devido a uma série de limitações acabou perdendo a função com a evolução dos consoles e o desenvolvimento da Internet.

Poderia ser bem diferente, né? Mas graças a Deus pelas burradas corporativas.

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Gostou? Detestou? Achou estranho? Tem uma visão diferente do que aconteceria? Comente e conte pra nós como seria. E se quiser sugerir algum tema para o Passagem Secreta para um Universo Alternativo, pode mandar! See ya!

[Créditos da idéia original para o Marcos Mcs, em tópico da comunidade Segredos e Rumores dos Games, no Orkut]

Flavio Master

Retrogamer assumido, técnico em eletrônica, leitor de livros e quadrinhos, empreendedor individual, eventual colecionador de videogames e amante da cultura gamer em geral. Mas apanho um monte pra usar um tablet…

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  1. 15, abril, 2011 em 06:15 | #1

    A melhor coisa foi não ter ocorrido a fusão Sony+Nintendo. Hoje, talvez, seriam apenas duas empresas fabricando videogame.

    • 1, novembro, 2015 em 00:07 | #2

      Realmente, na época não, mas talvez hoje poderiam fazer um fusão interessante, se respeitados os pontos fortes das duas…

  2. 15, abril, 2011 em 08:15 | #3

    Duas empresas? Talvez seria um monopólio total Nintendo/$ony isso sim! Foi o maior "tiro no pé" da história da humanidade esse da Nintendo! Mas é como eu e meus amigos dizemos: "SE minha mãe fosse homem eu teria dois pais!"? Sério agora: num tem um dia q eu naum fique pensando nessa possibilidade. Mas pensar em "se a Nintendo não tivesse quebrado com a sony" eh o mesmo q pensar em "se o lennon naum tivesse conhecido a yoko", "se kurt cobain/Renato russo/mamonas assassinas ainda estivessem vivos", "se os dinossauros naum tivessem sido extintos", "se naum tivesse havido o holocausto nazista" esse tipo de coisa… Em suma: há tragédias q tem q acontecer por algum motivo e ponto…

  3. 15, abril, 2011 em 09:36 | #4

    Eu tenho uma visão um pouco diferente…acho que se o acordo continuasse, o periférico iria fracassar tanto quanto o Sega CD. O problema é que provavelmente seria uma tecnologia muito cara, e assim pouquíssimas produtoras investiriam tempo de desenvolvimento nos jogos. Teríamos algumas pérolas como um Super Mario CD, e uma enxurrada de jogos FMV que enjoam rápido. Talvez fizesse mais sucesso no Japão, onde o PC Engine CD brigou de forma competente com o Super Famicom, mas acho que aqui no ocidente ia fracassar.

    Se bobear, a Sony nem entraria no mercado de games, porque se o Play Station falhasse, Norio Ohga, que nunca foi a favor da Sony criar consoles por considerá-los como "brinquedos", iria impedir que o talento de Kutaragi fosse explorado. De qualquer forma, ainda bem que isso não aconteceu!

    É isso, essas viagens são muito loucas, mas divertidas! =D

    Abraços

  4. Flavio Master
    15, abril, 2011 em 15:14 | #5

    @maximuscesar

    Calma, Cesar, essa é apenas uma viagem às muitas possibilidades improváveis. Fique frio, o objetivo é apenas dar uma visão de "o que aconteceria se…".

  5. 15, abril, 2011 em 16:51 | #6

    Acho que se tivesse rolado a fusão, a SEGA não ia ficar pra trás. E imagina só se num cenário onde a SEGA está falindo e a Microsoft COMPRA a sega e mantivesse a estrutura pra lançar os jogos.

    Imagino que hoje teriamos só duas empresas de consoles realmente grandes como é hoje. Acho que seria um mundo melhor.

  6. 15, abril, 2011 em 17:10 | #7

    @Flavio Master

    Hehe tranquilo man…rs Mas é que esse tema mexe muito comigo… Mas que foi o maior tiro no pé da história da humanidade isso foi…rs

  7. Flavio Master
    15, abril, 2011 em 21:08 | #8

    @maximuscesar

    Bota tiro no pé nisso!

    Aliás, pessoal, estejam à vontade pra dar sugestões de temas para essa seção. Se quiser ver um artigo sobre um futuro alternativo do seu interesse, mande aí!

  8. Flavio Master
    15, abril, 2011 em 21:21 | #9

    @Adinan

    Eu já penso que essa coisa de jogos FMV ia continuar restrita ao Sega CD, ate porque esse tipo de game era aquela coisa meio "putz, temos que lançar alguma coisa". Embora programado para ser um bult-in do SNes, parece que o Playstation mudou muito pouco, ou seja, enquanto o Sega CD tinha Night Trap, o SNes Play Station teria Resident Evil.

  9. 15, abril, 2011 em 22:25 | #10

    Eu já acho tensa a entrada da Microsoft na parte de consoles. A Sony nessa época produziu somente alguns jogos, a maioria fracos. Ela somente apareceu com algo bom mesmo no lançamento do PSX. O lançamento dod rive de CD para o SNES (e conforme alguns dizem, para o NES tb !?) era muito mais a grande companhia de eletrõnicos unida a empresa de games.

  10. 16, abril, 2011 em 10:16 | #11

    Ah, lembrei de um grande fiasco, o CD-i da Philips. Se a Nintendo não tivesse mandado a Sony pra pqp nunca teriamos visto aqueles jogos HORRIVEIS da Zelda.

  11. 16, abril, 2011 em 15:10 | #12

    Até hoje me pergunto pra que cargas d'água serve o EXT no SNES. Mas, apesar de estar tudo bem tudo bom como está hoje com as empresas separadas, acho que juntas fariam uma revolução nos games. Se ambas pudessem utilizar o potencial delas nos tempos atuais se tivessem unidas até hoje, o que será que ia dar nessa mistura toda? Algo bom? Ruim? Foi melhor ficar assim mesmo???

    Eis o hiato.

  12. 18, abril, 2011 em 14:11 | #13

    @Flavio Master

    Hmm, talvez sim, mas é que embora hoje em dia os jogos FMV são considerados ultrapassados, na época esse gênero era bem popular nos arcades, então acho que teríamos muitos jogos em FMV no Play Station, mas realmente era bem provável que a Nintendo e a Sony não deixasse que os jogos em CD ficassem restritos à esse gênero.

    Ah, já que você pediu sugestão para essa seção, gostaria de sugerir um futuro alternativo onde a Nintendo não tivesse elaborado aquele sistema de exclusividade de third parties para o NES, ou seja, um futuro alternativo onde o Master System tivesse apoio das desenvolvedoras da mesma forma que o Mega Drive teve, ou até melhor, tornando o Master System um console muito mais competitivo do que foi ou quem sabe derrotando o NES.

    Abraços

  13. Flavio Master
    18, abril, 2011 em 16:55 | #14

    @Adinan

    Dica legal, está anotada. Mesmo que não seja a próxima, vai rolar. Aguardem!

  14. helinux
    18, abril, 2011 em 20:05 | #15

    se pensar bem foi a sega que acabouu originado o playstation…porque a sega com o seu sega cd só obrigou praticamente a nintendo as pressas querer lançar seus snescd que praticamente iria lançar starfox 2(beta) em versão cd e que a nintendo praticamente queria mandar em cima da sony!!!!!o que deu tudo isso???ta ai a resposta atualmente….a sega virou uma franquia e a nintendo querendo sempre está a frente da sony hoje em dia!!!!gostava mesmo da época sega vs nintendo…foi a melhor fase da minha vida!!!!!!

  15. 19, abril, 2011 em 06:48 | #16

    @helinux

    Não só da sua vida, mas a melhor fase dos videogames. Hoje tem muita bundamolice de todas as empresas. Ninguém mais tira um sarro do outro. Isso é algo que não podia ter morrido, as intensas discussões sega vs nintendo que ainda hoje perduram por aí.

  16. 19, abril, 2011 em 06:57 | #17

    Opa, acabei de pensar num futuro alternativo: E SE a Square nunca tivesse lançado Final Fantasy 7 pro PSX e sim pro 64? Teria então a Nintendo derrotado a Sony e talvez hoje não existisse o PS3? Ou quem sabe ainda teriamos fitas ao invés de bluerays?

  17. Flavio Master
    19, abril, 2011 em 08:37 | #18

    @helinux

    Penso que a Sega determinou o tipo de MÍDIA pelo qual a Nintendo optou na parceria (que furou). Lembre-se que a saída EXT existe desde o primeiro SNes, o que já sinalizava um periférico para "bombar" o console, e que a parceria com a Sony remonta a 1986.

  18. 19, abril, 2011 em 16:10 | #19

    Eu ia falar do Satellaview (que apareceu em 95) que usa o EXT, mas acabei de ler que o Play Station já vem desde 86 mesmo. Mas foi sim projetado pra bater de frente com o Sega-CD, inicialmente. Acho que viram que o SegaCD era uma bosta.

  19. Alexs
    19, abril, 2011 em 20:13 | #20

    Eu acho que a empresa seria nintendo+sony= nãoentendoesome ou sonin, nome do videogame – ps2= psNin, PSP= PSND …

  20. Celio Alves
    22, abril, 2011 em 21:34 | #21

    Bem interessante a matéria…

    Isso nos leva à outros mundos alternativos, como:

    Se o Virtual Boy tivesse vingado?

    Se o Dreamcast não tivesse sido cancelado?

    Se a tecnologia 3D (de óculos) tivesse sido levado à sério desde os tempos do Master System?

    Se o Nintendo 64 rodasse CDs ou tivesse retrocompatibilidades com cartuchos do Snes?

    Se a Atari ainda fabricasse hardwares?

    Se o Apple Pippin tivesse sido lançado e o Xbox ficasse no esquecimento?

    São essas e outras perguntas que não saem da minha cabeça (e de algumas pessoas).

  21. Acid
    26, abril, 2011 em 12:32 | #22

    E se o 3DO triunfasse e os videogames fossem um padrão aberto?

    Quanto ao add-on do SNES, eu passei muitas tardes sonhando acordado com esse negócio. Muita gente iria comprar, principalmente se chegasse com o poder (ou metade do poder) de um Playstation. Lembrando q a Sony tinha uma parceria de sucesso com a Nintendo no SNES, ao fazer o processador de som do mesmo.

  22. 31, maio, 2011 em 10:56 | #23

    pow EXT para qe qe serve aqela merda veiiiii!!!!!

  23. Guilherme Trindade
    22, novembro, 2011 em 12:55 | #24

    Vou ser direto: E se a SEGA sobrevivesse?
    Será que ela continuaria fazendo consoles?

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