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Reveladas após 20 anos as músicas originais de Sonic 1 e 2 (Parte 1)

Sonic 1&2 Soundtrack

 

Como parte das comemorações de 20 anos do famoso mascote azul da Sega, a mesma havia anunciado o lançamento em CD de uma coletânea das músicas dos games Sonic 1 e 2. Não se sabia muito sobre esta coletânea, apenas que as “fitas demo” que Masato Nakamura usou na composição das faixas seriam incluídas. De qualquer forma a expectativa era muito grande.

No dia 20 último, finalmente, foi lançada no Japão a coletânea “Sonic 1&2 Soundtrack” e posso afirmar sem sombra de dúvida: ela é fantástica! As tais fitas demo são nada mais nada menos que as composições originais das músicas de Sonic 1 e Sonic 2 criadas por Nakamura originalmente num Atari ST (um computador pessoal), com qualidade superior às músicas do Mega e ligeiramente diferentes em alguns aspectos. Estas composições foram mais tarde recriadas pela Sega, nota por nota, para que se adequassem ao hardware do recém criado Mega Drive (caramba, Sega, como pôde deixar um material desses 20 anos em segredo?!). Tecnicamente, as músicas originais do Mega Drive são meros remixes deste material aqui.

A coletânea é dividida em 3 CDs. O primeiro CD contém apenas as músicas dos games que todo mundo já escutou milhares de vezes. O segundo contém as faixas originais nunca lançadas de Sonic 1 e 2. O terceiro traz três versões da música da banda Dreams Come True conhecida por ser a música do final de Sonic 2: a versão japonesa “Sweet Sweet Sweet“, a americana “Sweet Dream” e o remix do músico Akon, chamado “Sweet Sweet Sweet (’06 Akon Mix)”, tema de encerramento de Sonic the Hedgehog (2006).

O usuário do Youtube Soniman032 subiu todas as faixas da coletânea Sonic 1&2 Soundtrack. As faixas abaixo são os áudios destes mesmos vídeos, disponibilizados aqui para efeito de informação e análise.

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Sonic 1

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As mesmas músicas maravilhosas do clássico Sonic 1 com um som ainda melhor: áudio muito bem definido e nuances impossíveis de serem percebidas nas versões de Mega. Imperdível para qualquer fã da Sega ou de game music!

A abertura do game está idêntica à do Mega, exceto, claro, a definição sonora. O mesmo ocorre com as músicas de 1UP, Stage Clear, a Continue (a música mais chata do jogo na minha opinião) e All Clear. Já a Theme of Sonic the Hedgehog (abaixo) tem mudanças bem perceptíveis: uma introdução nova (com ares de realeza, olha só…), um trecho inédito antes do final e um som constante que lembra uma turbina de um avião a jato. A música parece ser mais lenta que o normal também:

O medley das músicas de Sonic do Staff Roll não aparece aqui, nem a música de invencibilidade, uma variação do Tema de Sonic, o que leva a concluirmos que foram montadas diretamente no Mega Drive.

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Green Hill Zone

Clássica das clássicas de Sonic e uma das mais conhecidas dos games! Está melhor – ouça a definição do som – e com os acordes mais suaves:

 

Marble Zone

Uma das minhas preferidas deste jogo, a “marcha” ficou mais melódica ganhando, inclusive, um som de teclado mais distinto no refrão:

 

Spring Yard Zone

A música da fase do Pinball não teria tanta diferença se não fosse uma espécie de som de triângulo, caracterizando o efeito sonoro típico destas máquinas de Arcade:

 

Labyrinth Zone

Nitidamente um som de banjo deixa essa, que é uma das mais adoradas músicas do game, ainda mais animada:

 

Star Light Zone

Nem vou escrever muito, apenas ouça essa nostalgia em forma de música:

 

Scrap Brain Zone

Fantástica! Com um som mais carregado, imersivo e com uma discreta percussão surda ao fundo, será que a semelhança com um dos temas do filme Blade Runner é ainda mais perceptível?

 

Boss

Gosto muito desta música de chefes do game. Esta “versão” ficou ainda melhor, e sem perder suas características já conhecidas do Mega:

 

Final Zone

A música do chefe final continua excelente. Gostei especialmente da percussão, que parece ganhar mais destaque aqui. O trecho inicial da música se repete ao final da mesma. Esse detalhe foi excluído na versão de Mega (ainda bem, quebrava o ritmo da música):

 

Special Stage

A hipnótica música da igualmente hipnótica fase de bônus continua a mesma, sem muitas diferenças:

 

Continua na Parte 2, só com as músicas de Sonic 2 (link abaixo):

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>> Parte 2 <<

Referências: The Sonic Stadium, Game Set Watch, Hadouken

Idealizador e criador do Passagem Secreta, vencedor do prêmio Top Blog, cientista da computação, pós-graduado em Educação, professor e, nas horas vagas, gamer.

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Categories: game music, segredos
  1. 6, novembro, 2011 em 23:28 | #1

    Sempre amei a trilha sonora dos jogos do Sonic (ou melhor, tudo relacionado aos jogos do Sonic), adorei conhecer as versões originais das músicas! Uma pena ser tão difícil encontrar esses CDs por aqui.

    • 7, novembro, 2011 em 12:53 | #2

      Só importando mesmo. Uma pena, esse eu compraria sem pensar!

      • etienne
        30, maio, 2013 em 10:28 | #3

        tem como baixar nao?

        • 30, maio, 2013 em 12:08 | #4

          À direita de cada música há uma seta para baixo. Se disponível, é só clicar nela para baixar o som.

          Algumas não tem mais essa opção porquê foram tantas vezes baixadas que estouraram o limite do Sound Cloud. 😀

  2. 7, novembro, 2011 em 00:09 | #5

    Amanhã (segunda-feira) à tarde posto a parte 2.

    • 19, maio, 2014 em 09:36 | #6

      Colega, Sem querer ser preciosista mas já sendo: O Atari ST sozinho tinha recursos sonoros ridículos, no mau sentido. Mas ele tinha bastante aceitação com os músicos pois permitia a ligação de módulos de som MIDI (lembra do MT-32 que estava presente na configuração de muitos dos jogos na época do "386 com kit multimídia"?), portanto era uma plataforma interessante para o sequenciamento MIDI.

  3. Felipe Silva
    7, novembro, 2011 em 00:22 | #7

    Que maravilha de post. Desconhecia esse álbum e estou emocionado em ouvir a trilha sonora do jogo em suas versões originais criadas pelo Masato Nakamura.

    Esperando ansioso pelo segundo post 😀

    • 7, novembro, 2011 em 12:51 | #8

      Era pra eu ter postado essa primeira parte lá pelo dia 22 ou 23 de Outubro, mas depois de muitos problemas, muita pesquisa e uma quase desistência ei-lo aqui.

      Fantástico, não? Acho que ninguém espera um material desse quilate, de algo tão famoso, tanto tempo depois.

      Vou tentar publicar ainda hoje, estou quebrado mas falta pouco!

  4. Talude
    7, novembro, 2011 em 00:27 | #9

    Imagina fazer um hack do Sonic sem alterar nada do jogo com essas músicas?

    • 7, novembro, 2011 em 12:52 | #10

      Pensei o mesmo, não deve ser tão difícil assim. Logo logo essa rom aparecerá.

  5. 7, novembro, 2011 em 00:31 | #11

    Muito legal mesmo, Marcos, furo de reportagem! 🙂

    Interessante notar que, muito provavelmente, o que ouvimos aqui são as MIDIs (o Atari ST fazia apenas o papel de sequencer, por sinal era o computador mais usado para MIDI nos 80's) originais, reproduzidas pelo sintetizador que ele compôs, ou seja, onde ele realmente performou as notas (pelo som do cymbal e do brass, tenho quase certeza que é um Roland).

    Quando as MIDIs foram executados no YM2612 do Mega, ele apenas troca os timbres para os que soarão melhor lá e pode cortar algumas notinhas dos arranjos para garantir que não vai ultrapassar o limite de notas simultâneas (polifonia). Elas não precisam ser recriadas para o outro sintetizador, apenas ajustadas (é coisa rápida inclusive, tipo, algumas horas para todas as músicas) — tornando-as, como você bem pontuou, meros remixes. Ouvi todas, atentamente: são, realmente, as MIDIs originais tocadas em outro sintetizador (talvez um Roland).

    Parabéns pelo post, aguardando segunda parte, curioso pra conhecer a MIDI reproduzida no sintetizador em que foi performada a música da primeira fase de Sonic 2… 😀

    • kurtrizzo
      7, novembro, 2011 em 20:07 | #12

      Concordo 100%. Esse não é o som do Atari ST. Na época a Roland era tudo que todo mundo queria.

      Eu ficaria surpreso se fosse som do Fairlight [http://en.wikipedia.org/wiki/Fairlight_CMI] (eu queria que fosse! O som ia ser animal!).

    • 12, novembro, 2011 em 00:08 | #13

      Um furo de reportagem que demorou duas semanas para ser publicado. ^^ Mas está valendo, deu tempo de pesquisar um pouco mais aqui e organizar melhor ali.

      É difícil pra mim conversar tecnicamente com alguém com tanto conhecimento da área como você, mas penso que um Atari ST poderia ser usado como sequencer mesmo, como você bem apontou. As evidências do uso de um Roland, como o Rafael disse e pelo reconhecimento sonoro por vocês, também são fortes.

      Estamos de olho, quando alguma notícia nova sair, ou alguma nova menção já antiga que possa esclarecer tudo isso for encontrada, traremos aqui com certeza.

      Abraço!

  6. 7, novembro, 2011 em 00:42 | #14

    Grande poste e sim, a musica da Scrap Brain agora ficou bem mais evidente o plágio da musica do filme Blade Runner.

    • 7, novembro, 2011 em 12:57 | #15

      Valeu @Hikaruon! Sabia que você iria se interessar por este comentário deste rumor antigo sobre Scrap Brain/Blade Runner, já que, como eu, você gosta dessa parte mais secreta e desconhecida dos games.

      Preferi jogar uma discussão no texto mas, na minha opinião, com o som mais realista, fica mais evidente sim.

  7. 7, novembro, 2011 em 00:43 | #16

    O Theme of Sonic the Hedgehog me arremessou contra a parede quando eu o ouvi. Pena que essa música não pode ser um tema frequente na série.

    • 7, novembro, 2011 em 13:02 | #17

      O Theme of Sonic é a música base de várias outras do game e como não aparecem aqui, talvez sejam remixes desta criadas diretamente para o Mega (a música de invencibilidade, por exemplo).

  8. Eduardo Casola Filho
    7, novembro, 2011 em 00:47 | #18

    SIMPLESMENTE FANTÁSTICO!

  9. 7, novembro, 2011 em 06:46 | #20

    Só uma informação: na verdade, o Masato Nakamura não utilizou um Atari ST no processo de composição das faixas. Como ele afirmou numa mini-entrevista presente no encarte do álbum, ele utilizou de um Roland MC-4, um sequenciador apenas que é inclusive um troço tão velho que o padrão MIDI nem existia ainda quando foi lançado.
    http://en.wikipedia.org/wiki/Roland_MC-4_Microcom

    Ao que parece, ele fez as fitas demo usando os sintetizadores disponíveis e mandou para a Sega para que os compositores de lá (como o Hiroshi Kubota, Bo, Izuho Takeuchi e etc) recriassem nota por nota para o chip de som do Mega. Um trabalho que ficou sensacional, para dizer o mínimo.

    • Raul
      7, novembro, 2011 em 09:53 | #21

      O Atari ST foi usado para trabalhar as músicas geradas no Roland MC-4, foram usados de forma concomitante.

      • 7, novembro, 2011 em 13:19 | #22

        Não entendi. Me desculpe perguntar, mas existe alguma fonte onde ele tenha confirmado isso? Não consegui achar nada relativo =S

    • 7, novembro, 2011 em 13:55 | #23

      Nakamura usou sim um computador Atari ST, como pesquisei e escrevi. Além das referências que já citei no rodapé do post, seguem outras:
      http://info.sonicretro.org/DREAMS_COME_TRUE
      http://make-outmusic.blogspot.com/
      http://info.sonicretro.org/Masato_Nakamura_interv

      • 7, novembro, 2011 em 13:56 | #24

        Trecho da entrevista de Nakamura ao site Sonic City, caso os links venham a não funcionar no futuro:

        Sonic City: Were you a bit lost, seeing as this was your first time handling video game music?

        Masato Nakamura: The first thing to come to mind when I thought about game music was the blips and bleeps from games like Space Invaders, actually (laughs). But no, I think I knew where I wanted to go with things.

        Also, that time was sort of the turning point for music-making, in that we really put our hearts into the idea of using computers to make music, and that's when all this started. So it was really perfect timing to be given the chance to do the music for Sonic when I did. Art, entertainment and computers all just came together and sprung to life, and that's where Sonic was born.

        Sonic City: And so you really put your heart into making the music for Sonic, then?

        Masato Nakamura: The actual music was done on an Atari computer.

        The really hard part was the limit on the number of sounds available. At the time, the key point was the number of sounds that could play simultaneously, and so it was really hard deciding what sounds you could get out of it at once since that number was so limited. And unfortunately, with what I had to work with, I had a limit of only four sounds that could play at the same time.

        • 7, novembro, 2011 em 14:01 | #25

          Não sei se o uso do Atari ST foi antes, depois ou junto do uso da Roland MC-4.

          Acho que ele precisaria de um computador pra armazenar, editar e testar o som antes de gerar o produto final, não? Ou a Roland MC-4 faz tudo isso?

          • 7, novembro, 2011 em 17:09 | #26

            Com certeza, somente um computador (que na verdade faz o papel de sequencer somente, com já se falou). Acho muuuuito improvável ele ter usado o MC-4 pra sequenciar as músicas de Sonic, no final dos anos 80 devia ser um Atari ou um IBM-PC ou um Apple mesmo (ou um Amiga… ou um hardware dedicado mais novo como sequencer).

            Pela resposta do Nakamura no trecho que você colocou acima, já interpreto que ele as sequenciou pensando na execução no chip do Mega (quando fala do "número de sons máximos" como uma limitação, está se referindo à baixa polifonia do chip do Mega Drive, acredito, e não do synth que ele deve ter usado na hora real de compor, de performar as notas no teclado).

            Os synths da época tinham polifonia de 28 notas, ou seja: a gente compunha com um máximo de 28 notas ao mesmo tempo. O sintetizador do Mega tinham apenas 6 notas de polifonia, um sério limitador como dá pra perceber. Então ele dá a dica: "the key point was the number of sounds that could play simultaneously". Levando em conta os sons do jogo (que também gastam canais, por isso quando você pega um anel em Sonic, o dueto da melodia sai por um instante, etc., rs), ele diz que 4 timbres ("sounds") era o seu limite, possivelmente um padrão que certamente era acordado com o sound designer. Algo como "deixa uns dois canais pra mim aê, viu" 🙂

            Nessa época, não rolava áudio digital assim facilmente… o armazenar aqui era só o arquivo .MID/.SEQ mesmo, seja no sistema de arquivos de um computador, seja em um sequenciador físico dedicado (os melhores tinham um drive de DD de 1.44, outros tinham apenas uma memória interna).

            O "the actual music" que ele se refere, acredito realmente que sejam as notas MIDI que tocou no sintetizador, realmente dando a idéia de que ele usou um computador fabricado pela Atari para sequenciar — como disse no comentário anterior, extremamente comum na época.

            • 19, novembro, 2011 em 01:39 | #27

              Pois é Cosmonal, os 4 canais de som disponíveis para as músicas de Sonic no Mega eram distribuídos assim: um para a bateria, um para o baixo e dois para a melodia. O próprio Nakamura diz isso nessa entrevista que linkei.

              Como o pessoal está recohecendo o som como uma MC-4, e você está confirmando que era muito comum na época usar um computador como o Atari ST como sequencer, talvez tenha sido por aí mesmo a criação das músicas dos games do ouriço.

              Abraço!

              • 19, novembro, 2011 em 13:31 | #28

                Valeu mestre Marcos! Imagina só, 4 canais e somente 6 notas de polifonia, um terror. A bateria ia pelo DAC (o canal único de sampler do Mega, que não entra na conta da polifonia) e os outros 3 no sintetizador FM, sendo que estes 3 somente poderiam usar 6 notas simultâneas no total (6 notas é "quase nada"). Esses caras eram heróis e o limitador (sério limitador até mesmo levando em conta a época, do ponto de vista do músico) acaba sendo o velho estímulo que a gente sempre comenta, o que faziam as melodias dessas músicas serem sublimes.

                É isso, não vamos dar muito dinheiro aos nossos filhos, senão eles não vão se esforçar pra nada na vida, muito menos fazer game music de qualidade! 😀

    • 7, novembro, 2011 em 17:30 | #29

      Rafa, só não acredito que os compositores da SEGA teriam "recriados", ou pelo menos, este não seria o melhor termo, em minha humilde opinião. Com certeza, em 1990, o formato MIDI já estava absolutamente difundido, até um eu da vida, aqui na longínqua Salvador 😛 usava; portanto, o que Nakamura entregou foi, com certeza, os arquivos MIDI. Os sound designers apenas precisam definir timbres/volumes/controles, não chamaria isso de recriação, sabe? É apenas um ajuste, que claro, conta com alguma sensibilidade de quem está fazendo, mas não é nada demais, realmente não é.

      Dá pra notar, claramente, que as músicas aqui do post são as MIDIs originais que ouvimos no jogo, reproduzidas num outro sintetizador, sem dúvida. Portanto, o processo é algo como:

      Green Hill Zone
      1) MIDI original de Nakamura em disquete
      2) Entrega para SEGA, sound designer (equivalente ao "produtor musical" do mundo pop, rs)
      3) Synthbrass do solo — timbre número xx do Roland na MIDI original;
      >>> troca para >>> "bass lead" do YM2612

      …faz isso com cada timbre, que não são muitos — 3, 4, sem incluir a bateria (que em Sonic é todo pelo DAC, são samples, nenhum é do Yamaha). Mas, mesmo como samples, são notas MIDI — portanto, também aproveitam a performance original.

      Ajusta uns volumes (porque sintetizadores diferentes têm mix diferentes entre os timbres), uns controles adicionais e pronto, está feito. Sério, é rápido e simples. Brilhantismo foi na composição, das notinhas MIDI originais mesmo, que ele um dia tocou num sintetizador com teclado dos anos 80… 🙂

      Agora, se ele mandou fitas demo para a SEGA… sacanagem, se ele fez em MIDI, porque não mandar os arquivos ou um dump de sysex (que é o equivalente ao "arquivo MIDI" em tempos negros, sem a possibilidade de um sistema de arquivos entre os devices MIDI envolvidos) no mínimo. Honestamente, pela precisão das músicas acima, se não forem apenas a extração das notas MIDI da ROM do cartucho tocadas em um synth qualquer para enganar todo mundo, eu diria que ele cedeu as informações MIDI à SEGA, e não o áudio finalizado em K7.

  10. Guilherme
    7, novembro, 2011 em 12:15 | #30

    Muito foda, mas tenho que admitir que eu preferi as que estão no jogo. Como no jogo não tem um momento que você para e relaxa, eu acho que combina melhor as músicas mais rápidas. Mas difícil escolher entre as Marble Zones aí, realmente fodástico!

    • 7, novembro, 2011 em 13:09 | #31

      Tem muito daquela história da gente se acostumar com o som que aprendemos a ouvir e rejeitar qualquer coisa que venha em sua substituição depois, mesmo que tenha mais qualidade.

      Isso acontece muito com dublagens, por exemplo. Lógico que muita gente pode simplesmente não gostar dessa nova/velha versão.

      Por incrível que pareça, gosto da Marble Zone acelerada. Com essa qualidade sonora ficaria perfeita.

      • Guilherme
        7, novembro, 2011 em 22:12 | #32

        A questão não é o costume, a questão é a dinâmica. Sonic é um jogo extremamente rápido, e essas músicas são mais lentas. É o simples fato de ter um jogo veloz como Sonic com músicas que não conseguem acompanhar o ritmo. Claro, essa é minha opinião, principalmente depois de jogar Sonic 2 ouvindo a versão original de Emerald Hill.

        E nem é por rejeitar o som, até porque vivo escutando, e gostando, de outras versões, exemplo Megaman e Castlevania.

        De qualquer maneira, a última intenção que eu tive foi falar mal dessas músicas, até porque são excepcionais, o único porém ficou no tempo mesmo.

        O ideal, pra mim, ia ser essa qualidade, que é uma coisa absurda, com o tempo da que é usada no jogo.

        Aproveitando que o comentário tá longo mesmo, sou totalmente leigo em quais chips cada console tem, mas, seria possivel rodar fazer uma rom de Sonic para o Sega CD com essa trilha sonora?

        • 19, novembro, 2011 em 01:49 | #33

          Como eu não queria atrasar mais uns 4 dias para postar a segunda parte da matéria, não deu pra publicar as versões originais de algumas músicas de Sonic 2 em velocidade do game. Vou atualizar e aviso via comentário e Twitter.

          Tenho a impressão que substituir o áudio de um game em CD deva ser mais fácil do que o de uma rom. Não vai demorar muito tempo para fazerem isso.

          Quero ver como Sonic 2 se sai com aquelas músicas bem mais lentas tocando ao fundo.

  11. 7, novembro, 2011 em 14:58 | #34

    @mcs

    Ainda tenho minhas dúvidas, viu Marcos. O fato dele não citar especificamente o Atari ST na entrevista para o Sonic City e nem falar nada a respeito nessa entrevista que havia citado anteriormente me faz pensar sobre o que ele usou exatamente para sequenciar as composições.

    • 7, novembro, 2011 em 17:14 | #35

      Se aquele trecho que Marcos colou aqui for transcrição do que ele disse, com certeza ele sequenciou num Atari. Era um dos mais usados para sequencer na época, até conheci um conectado a um U-20 da Roland num estúdio que visitei aqui em Salvador, bem nessa época por sinal.

      E, pelo som do synth brass, Rafa… é 99% sintetizador da Roland 😀

      • 7, novembro, 2011 em 21:51 | #36

        Bem, parece que a discussão ficou longa demais, então vou apenas postar o tal do scan do encarte em que o Nakamura cita o sequenciador da Roland:
        http://passagemsecreta.com/wp-content/uploads/201

        • 8, novembro, 2011 em 10:03 | #37

          Ummm, interessante mesmo, Rafa! Ele deve ter usado o MC4 como sequencer, mas apesar de antigo ele saía MIDI através de um ajuste ou de um acessório exclusivo para este fim (como conversamos no chat anteriormente). Com certeza, tenha ele sequenciado no MC4 ou em um computador como o Atari ST, as MIDIs da ROM, que foram ao cartucho vendido em 1991, são exatamente as MIDIs que foram usadas no acionamento das notas das tidas como originais (músicas deste post).

          Seria humanamente impossível recriar nota por nota e manter todas as nuances das originais — todas as MIDIs renderizadas aqui têm exatamente o mesmo feel, mesmo swing, das músicas da ROM, da maneira que os instrumentos foram acionados e renderizados no som do Mega. Especificamente em Sonic 1, posso garantir que conheço por lembrança e envolvimento cada nota de cada música da trilha… e como sequencio músicas de jogos há muitos anos, posso garantir que é impossível refazer e ficar com tamanha precisão (refazer = escutar a música de uma fita ou MP3 ou vinil ou whatever mídia e re-executar num teclado ou diretamente inserindo nota no sequencer. A não ser que a música seja de Moon Patrol ou de Asteroids do Atari). Acho que nem os japoneses conseguiriam! Pois o músico japonês também tem "sentimentos", hehe, ele adicionaria mesmo sem querer a sua "pegada" a nova performance. É, amigos, música mesmo sendo produzida através de inserção de bits, continua sendo música… não dá pra deixar de fora noções subjetivas como "swing", "feel", "pegada" de fora! 😀

          Valeu pelo scan, Rafa, até salvei pra imprimir e colar na parede aqui 🙂

          • 8, novembro, 2011 em 11:01 | #38

            Cosmonal, cosmonal… Sonho com o dia que vir um comentário seu com menos de dois parágrafos!

            Só vale lembrar que os drivers de som do Mega Dráivi eram escritos em Assembly, ou seja, não suportavam a programação MIDI. Provavelmente rolava uma conversão ou, se bobear, os dados de sequenciamento nunca viraram MIDI, sendo convertidas do MC4 para o chip do Mega. Mas acho que aí é especulação demais pro meu gosto, rs.

            O que podemos realmente acreditar e fazer sentido é como falamos nos bastidores: era enviada uma fita ou disquete ou mídia de armzenamento com os dados de sequenciamento do MC4, e uma outra fita de áudio com as notas disparadas pelos sintetizadores do Nakamura. Pelo que li um dia desses aí, por uma conversa que um cara disse ter como o Hiroshi "JIMITA" Kubota, ele recebia uma fita de dados para serem convertidas para o Mega. É bem mais razoável enxergar dessa forma.

            • 8, novembro, 2011 em 11:38 | #39

              Ehehehe! Pô, quero chegar aos 65p aqui no Passagem! Para isso, tenho de especular! 😛

              Verdade, bem lembrado, a "fita demo" possivelmente era a sequência em algum tipo de mídia, onde eles convertiam para o driver de sequência do Mega — MIDI aí pode ser entre aspas, não querendo necessariamente significar o padrão MIDI de comum acordo dos fabricantes, mas um protocolo qualquer que acione notas em um determinado synth (o ym2612) a partir de um conjunto de bits (vindos do MC4 ou whatever equipamento Nakamura teria utilizado). Realmente, o Nakamura-san não se decide! rs

            • kurtrizzo
              12, novembro, 2011 em 14:59 | #40

              Não sei como eles faziam a programação, se era em MML (Micro Music Language), o que era bem provavel na época pois era assim com os jogos do NES. Sendo assim, também fico na dúvida de como tudo foi programado, mas acho mais certo pensar que o atari serviu de master do Roland, mas acho que só pra mostrar pro pessoal.

              E apesar do que o mcs falou no twitter, que o próprio cara deixou mais lento pra galera pegar todas as nuances e recompor, acho que era meio fora fazer isso. A galera tinha diversos alogaritimos e rotinas feitas por eles próprios para poder compor, era tudo em assembly e tal. Acho estranho isso, mas acho que era pq o Nakamura não era programador mesmo e tinha que passar a música de alguma forma.

              Muito provavelmente a conversão do Atari ST pro Roland foi pra ficar com um timbre mais parecido com o do Mega, pq o Atari não faz aquele som, nem fodendo.

              • 19, novembro, 2011 em 02:12 | #41

                Pois é Kurt. Ainda não consegui (mais por falta de tempo mesmo) essa informação de que as músicas originais de Sonic 2 são mais lentas propositadamente para que a equipe de som da Sega não perdesse nenhuma nota ou nuance das músicas na conversão final, por isso ainda não atualizei a parte 2 com essa info.

                Mas então vem a pergunta inevitável: porquê raios a versão Beta de Sonic 2 tem músicas ligeiramente mais lentas que a versão final, muito parecidas com as músicas originais da parte 2 da matéria?

        • 19, novembro, 2011 em 02:06 | #42

          Realmente, no scan ele diz que não tem nenhum "computador musical" (sic). Não sei o que exatamente seria um "computador musical" ou se o Atari ST se enquadraria nesse conceito.

          Mas uma coisa é certa: as duas entrevistas do Nakamura são contraditórias, hora falando que não tinha computador, hora falando que usou um, e dando o nome do modelo. Aí fica difícil.

          • 19, novembro, 2011 em 07:12 | #43

            Provavelmente ele estava se referindo a um computador mesmo com um programinha para sequenciar as músicas. Hoje em dia, aliás, pode-se dizer com certeza que a maior parte das músicas são produzidas dessa forma. E o Atari ST pode se enquadrar nisso aí sim.

            A questão que o Nakamura deve estar tentando levantar é que ele não tinha nenhum computador disponível pra ele, então ele teve que usar um sequenciador de verdade, um hardware dedicado pra isso, que foi esse MC4 da Roland

  12. 7, novembro, 2011 em 15:03 | #44

    @mcs

    Pois é, aí que tá. No caso, ambos teriam as funções de sequenciadores musicais, que armazenariam os dados com as notas disparadas pelo teclado, que ligados a um sintetizador (que ainda é um mistério saber qual ele usou) produziriam os sons, que assim seriam gravados. Ambos os aparelhos permitem isso, então fica a dúvida no ar mesmo! Vai ver nem ele deve lembrar direito.

  13. danielgfm
    7, novembro, 2011 em 17:20 | #45

    Imaginando se o Mega Tivesse um chip para suportar este tipo de som… a briga com o Super Nintendo seria outra!

    • 12, novembro, 2011 em 00:22 | #46

      Li recentemente um texto interessante (não me lembro aonde, infelizmente) onde dizia que o Mega compensava a defasagem tecnológica, em relação ao som especificamente, com poder de processamento maior. Usava, portanto, processamento como um turbo sonoro.

      Por isso, no final das contas, o som do Mega, muitas vezes, fazia frente ao do Super Nes (quando não o superava).

  14. kurtrizzo
    7, novembro, 2011 em 20:09 | #47

    MELHOR POST DO PASSAGEM SECRETA EVER.

    • 7, novembro, 2011 em 21:46 | #48

      Puxa-saco detected!

    • 7, novembro, 2011 em 21:56 | #49

      Puxa-saco detected! [2]
      Vai ganhar aumento de 100% do chefe! (100% de zero é…)

    • 12, novembro, 2011 em 00:27 | #50

      Puxa-saco detected&sup3;. Hauhauhauhauhua!!!

      Discordo, não considero nem meu melhor post aqui (o do Sheng Long e a do Decap Attack, só pra citar alguns), quanto mais do blog.

      O mais oportuno (que é diferente de oportunista), talvez.

      • kurtrizzo
        12, novembro, 2011 em 14:51 | #51

        É que vocês não se lembram que eu sou fanboy do Sonic. fikadika.

        Mas vc tem razão, o do Shen Long foi muito bem sacado.

        • 20, novembro, 2011 em 23:09 | #52

          Demorei umas 2 semanas pra fazer esse post (uns 50% do tempo aprendendo a mexer no Sound Cloud, uns 30% de pesquisa e uns 20% escrevendo). O do Sheng Long demorou uns 2 meses, se bem lembro.

  15. Andre power games RS
    7, novembro, 2011 em 22:58 | #53

    Olá galera!

    Parabéns pela matéria… eleita a melhor do ano pelo fã Clube Sega Power do Rio Grande do Sul.

    Abração e continuem postando novidades !!!! 🙂

    • 19, novembro, 2011 em 02:20 | #54

      Valeu Andre! Tudo bem que essa eleição foi corrompida por uns enviados meus aí, mas tudo bem. ^^

      Basta depositar um montante em argolas na nossa conta bancária que publicamos mais matérias sobre Sonic.

      Mentira, basta votar em nós lá no prêmio Top Blog.

      Ok, mentira de novo. Falando sério, apenas fique ligado, as novidades sobre Sonic ainda não acabaram (se é que essas coisas tem fim…).

      Abraço!

  16. 8, novembro, 2011 em 11:42 | #55

    Matéria fantástica mesmo.

    O tema da Final Zone está bem mais sombrio que no Mega Drive. Nossa, se eu ouvisse ele na época em que cheguei na última fase do Sonic 1 pela primeira vez, eu ia ficar ainda mais arrepiado.

    Meus dos temas favoritos no jogo, contudo, ficaram bem parecidos com os originais no console: Labyrinth Zone (adoro aquela música, pena que ela sempre é interrompida pelo afogamento do Sonic) e Star Light Zone (toda vez que eu vejo uma cidade grande à noite, eu me lembro dele).

    • 19, novembro, 2011 em 02:29 | #56

      Valeu Rafa!

      Gosto muito da Final Zone, e de quase todas as músicas, mas a minha preferida em Sonic 1 continua sendo a Marble Zone, que é mais agitada e tensa que a média das músicas das "Zones".

      Abraço!

  17. 10, novembro, 2011 em 20:13 | #57

    Valeu pelo link, mcs.

    Confesso que cogitei fazer um post comentando por cima as diferenças das versões demo, quando, para a minha surpresa vi o par de posts aqui no Passagem sobre game music não escritos pelo agente Rafael.

    Não tenho muito a acrescentar ao post e menos ainda à discussão envolvendo a aparelhagem da trilha original aí nos comentários, mas lançamentos como esse mostram como nos álbuns a Sega lembra infinitamente mais os tempos áureos do que a atual Sega third-party.

    Como sempre, não me dou por satisfeito e sonho com um álbum similar do Sonic 3 detalhando o envolvimento do MJ e com entrevistas dos músicos envolvidos.

    • 20, novembro, 2011 em 23:02 | #58

      Caro Alexei, o link é mais do que merecido. Nas minhas pesquisas sobre o assunto, a matéria do Hadouken era, de longe, a mais relevante em Língua Portuguesa.

      Game music é uma das minhas paixões gamísticas, mas nem de longe é minha especialidade (segredos dos games sim o são), o que me causou um pouco de preocupação. Mas nada que muita pesquisa e organização não resolva. Além do quilate dos comentários, que acrescentam muito à matéria.

      Sobre Sonic 3, realmente há muita coisa não resolvida aí, muita informação que não bate. Pelas circunstâncias, não é muito difícil aparecerem novas informações sobre o assunto, embora penso que este ano (20 anos de Sonic) seria ideal para isso.

      Abraço!

  18. Gamer Caduco
    12, novembro, 2011 em 14:08 | #59

    Cara, muito bacana o post.
    Eu tava querendo escutar essas músicas já tem um tempo, não sabia que já tinha saído.
    Todas elas muito interessantes, embora sejam as originais, para nós, 20 anos depois, soam como ótimos remixes.

    • 20, novembro, 2011 em 23:13 | #60

      É cara, dá um nó na cabeça pensar que essas músicas são as verdadeiras composições de Masato Nakamura, e não diretamente aquelas do Mega.

      Prefiro pensar que são fases e reproduções diferentes, tecnologiamente falando, da mesma composição.

  19. Jamal
    22, novembro, 2011 em 19:18 | #61

    Valew muito o trabalho deles nesta remixagem e tb pelo post que vcs fizeram !
    Engraçado que 20 anos se passaram e o que é ótimo nunca foi esquecido… e nunca será…

    Abs à todos que viveram essa época mágica dos simples grandes consoles ! [e aos que mataram aula pra jogar como eu fazia tb.. heheh]

    • 1, abril, 2012 em 22:44 | #62

      Valeu Jamal!

      Sonic nunca será esquecido, sempre será lembrado como um esforço de uma equipe genial com um único propósito: quebrar o monopólio de uma empresa que anos antes salvara o mercado de games, iniciando assim a maior "guerra" dos videogames de todos os tempos.

  20. Guilherme
    1, abril, 2012 em 21:16 | #63

    Po cara, demais esse post!! To quase chorando aqui

    • 1, abril, 2012 em 22:34 | #64

      Steven Spielberg disse uma vez que os videogames poderiam ser considerados como uma forma de arte quando eles fizessem as pessoas chorarem.

      Acho que conseguimos de alguma forma isso aqui, neste post.

      Abraço!

  21. danilo
    3, fevereiro, 2013 em 01:54 | #65

    :O novo jogo revelado vai ser revelado hoje 😀

  22. 19, maio, 2014 em 23:56 | #67

    Show de bola!

  1. 7, novembro, 2011 em 16:49 | #1
  2. 4, dezembro, 2011 em 09:34 | #2
  3. 5, fevereiro, 2021 em 11:21 | #3

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